Condomínio transforma 8 toneladas de lixo em adubo mensalmente
No ano de 2014, por iniciativa do professor de física Rogério Trava Airoldi, este condomínio em São Paulo deu início a uma ação para reduzir o lixo produzido pelos moradores. À época, para tornar o planejamento viável, o professor decidiu assumir a função de síndico e, assim, implementar as medidas sustentáveis de maneira eficaz.
“O objetivo inicial era separar o lixo reciclável seco, garantir um destino final e, se possível, gerar renda para os funcionários (a partir da venda dos materiais). Entretanto, logo de início o volume de orgânico era grande e veio a ideia da compostagem”, explica Rogério. Então, foram seis meses de estudos sobre técnicas aplicadas para a decomposição de materiais orgânicos até chegar a um modelo viável. “Levei mais alguns meses para convencer parte dos condôminos. Em seguida, começou o projeto piloto com apenas duas composteiras (com capacidade de aproximadamente duas toneladas no total)”.
Com o passar dos anos o projeto se expandiu e, atualmente, conta com 11 composteiras, que têm capacidade para cerca de 22 toneladas de composto. Segundo o professor de física, mensalmente, o condomínio coleta oito toneladas de lixo orgânico que são transformadas em três toneladas de adubo.
Ele afirma que 700 pessoas participam das atividades relacionadas à compostagem. Interessados, esses moradores executam papéis adicionais que beneficiam o projeto. “A dona Sueli, por exemplo, cria eventos sobre educação ambiental e o George Campos, embora seja diretor de design, reserva um tempo para fazer cartazes que melhoram a nossa comunicação”, lembra.
Segundo Rogério, a partir do momento que os condôminos começam a cuidar do seu lixo e se preocupam em dar um destino a ele, eles também passam a se preocupar com o seu entorno, com seus vizinhos. “As pessoas criam mais empatia e percebem como podem ajudar os outros. E eu, mais do que conhecer bons vizinhos, ganhei grandes amigos”.
Novas iniciativas
O professor de física relata que outras ações surgiram desde o primeiro projeto, já que os moradores se sentiram motivados e foram participativos. “Recuperamos a área degradada no fim do condomínio e transformamos em uma horta comunitária, além de implantarmos um sistema de captação de água da chuva. Hoje, a horta e o jardim são regados com essa água de reúso, que também é utilizada na limpeza das áreas comuns, o que trouxe economia”.
Outra atividade que o professor destaca é chamada de revolução dos baldinhos: “Inspirados por uma ação da cidade de Florianópolis, criamos uma campanha para motivar os moradores a usarem baldes em vez de sacos plásticos para o lixo orgânico. Por outro lado, o condomínio mudou a estrutura de coleta e implantamos um contêiner direcionado ao descarte de resíduos. Para o condomínio, a redução de gasto com sacos de lixo de 100 litros passa dos R$ 75 mil”, enfatiza.
FONTE: Casa Vogue